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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

ESPIRITUALIDADE, CRISTIANISMO E CRUZ


“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.” (Gálatas 6.14)


A história do Cristianismo no decorrer dos séculos é marcada por sofrimento, sacrifício e sangue. Os apóstolos, os crentes da igreja primitiva, os pais da igreja, os pré-reformadores, os reformadores e muitos dos cristãos da igreja perseguida, ainda hoje, vivenciaram e vivenciam o que é “trazer no corpo as marcas de Cristo” (Gl. 6.17b). Muita dor, renúncia e sofrimento estão ligados diretamente a Espiritualidade do Cristianismo. Espiritualidades esta que podemos denominar de Espiritualidade da Cruz.

Por várias vezes, Jesus, sem seus discursos sobre o significado de ser um dos seus discípulos, associou a expressão tomar a cruz à disposição de morrer, se preciso for, por causa do seu nome e de sua cruz.

“E quem não toma a cruz, e não me segue após mim, não é digno de mim.” (Mateus 10.38)

“Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me.” (Mateus 27.32)

Ser cristão é viver ao pé da Cruz; é a cada dia morrer MAIS para si mesmo e viver MAIS para Cristo; é crucificar as próprias vontades, prazeres e sonhos e se tornar um escravo de Cristo, como o apóstolo Paulo nos ensina (Rm. 1.1;1 Co. 7.22). Um servo que não servi mais ao mundo, mas única e exclusivamente a Cristo (I Pe. 2.9).

Como cristão sinto os efeitos da Cruz na minha vida a cada dia, quando renuncio mais ao pecado, morro mais para as minhas vontades pecaminosas, sofro por causa do Evangelho e quando me alegro por te vencido ao pecado.

Viver a sombra da cruz é entender o poder do sacrifício que Cristo realizou sobre ela e os seus efeitos em minha vida. Tanto na vida presente como na vida futura. A cruz traz para nós várias conseqüências para a nossa vida tanto na área pessoal como também para as áreas social e espiritual. Viver a sombra desta Cruz é entender que o sangue que foi vertido sobre ela traz para a minha vida eterna redenção.

Quando compreendo a obra de Cristo na Cruz eu passo a ver um Deus que é presente em minha vida, que atua em mim e através de mim; o Deus Emanuel, o Deus conosco, o Deus que esta perto de nós. Vejo o Cristo que me reconciliou com o Pai. “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, matando com as inimizades” (Ef. 2.16).

Foi a Cruz de Cristo que trouxe paz para a minha vida alcançando os céus – “E que havendo por ele feito a paz pelo seu sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus” (Cl. 1.20).

Quando passo a entender que o Evangelho da Cruz pregado e vivido por Jesus deve ser à base de toda a nossa Espiritualidade e prática cristã, então percebo que não há lugar para as minhas vontades, para a minha soberba, prepotência ou egoísmos, mas sim para renúncias, sofrimentos e altruísmos.

Para vivermos o Cristianismo da Cruz devemos ter bem claro em nossas mentes que “não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne vivo pela fé no Filho de Deus, que a si mesmo se entregou por mim.” (Gl. 2.20).

A Espiritualidade vivenciada no Cristianismo deve ser uma espiritualidade que centralize e glorifique a pessoa de Cristo; uma espiritualidade que nos leva a entender que não vivemos mais para os nossos próprios interesses, prazeres ou desejos, mas, sim, para fazer a vontade daquele que nos chamou e nos regenerou. GLÓRIA A DEUS!

Dessa forma, Espiritualidade, Cristianismo e Cruz são conceitos que se perpassam e se confundem por causa da sua aproximação, e que a única Espiritualidade que devo viver é aquela que me leve a cada dia olhar para a Cruz, que me faça lembrar e adorar a Deus pelo que ele fez por mim e que me leve a ser, a cada dia, semelhante ao seu Filho.

Que Deus nos ajude neste propósito!


Somente a Deus seja toda a Glória!


Patrick Cézar da Silva

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