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quarta-feira, 2 de abril de 2008

ESPIRITUALIDADE E MISSÃO URBANA


A Missão na cidade exige uma renovada espiritualidade. Reflete o caminho de Jesus na cotidianidade da vida e nas relações primárias entre as pessoas. Num momento em que as identidades desintegradas afastam o contato direto entre as pessoas, a Missão privilegia o relacionamento humano e aponta para uma aproximação mais personalizada.

A presença missionária revela-se menos nas palavras contundentes e nas argumentações que buscam convencer e mais na presença silenciosa de amizade. O modelo é o mesmo de Jesus, que caminha ao encontro do povo da Palestina e de Jerusalém, tornando-se companheiro de caminhada. Jesus é um peregrino que se ajusta às pessoas desanimadas e sem esperança. Escuta seus anseios e compartilha a flata de sentido dos acontecimentos e da história. Fala a partir do horizonte do outro e, com palavras e sinais, revela a profunda mensagem de Deus. No momento oportuno desaparece, deixando os discípulos continuarem o caminho.

A espiritualidade missionária da cidade relativiza a arrogância de conhecer tudo, tendo sempre a última resposta. A diversidade de caminhada e os fortes desafios do missionário um caminheiro que busca e encontra que ensina e aprende que oferece e recebe dons. O missionário é o discípulo itinerante na busca do essencial. Não fala a partir do próprio mundo, mas a partir do mundo do outro, de suas inquietações e de suas perguntas sobre o sentido mais radical da existência.

A espiritualidade missionária é marcada por uma vida simples, que se abastece somente da proximidade do outro, sem buscar convencer com grandes esquemas e argumentações. Carrega somente o indispensável pelo caminho: uma forte experiência de Deus, uma paixão radical pelo Reino e um amor incondicional às pessoas, não importa a que classe social pertençam e a qual religião estejam filiadas.

A espiritualidade missionária é centrada no serviço e na comunhão com as Igrejas particulares. Os missionários são hóspedes e peregrinos e, por causa disso, são sinais das coisas futuras que deverão acontecer.

A espiritualidade missionária se abastece da solidariedade para com os seres humanos, especialmente para com os mais pobres e sofredores. Assim como o rosto de Deus que Jesus veio revelar é um rosto compassivo e misericordioso, a espiritualidade da solidariedade faz do missionário um sinal da compaixão de Deus no meio das contradições humanas. A mão estendida e o gesto solidário tornam o missionário uma testemunha, mais que um mestre.

A espiritualidade missionária é uma espiritualidade do caminho. O missionário desloca-se constantemente.

Na Missão a proclamação do Evangelho acontece, sobretudo através do testemunho de vida, da essencialidade das coisas, da desacomodação constante, do silêncio e do cansaço do caminho. O missionário urbano faz da própria vida uma constante comunicação social: a palavra dita por ele é testemunhal. É uma palavra que ressoa em meio a outros discursos, às vezes vazio e arrogantes, e preenche as frestas, para dar sabor e sentido. É uma palavra que se torna carne na vida da pessoa da cidade.

A espiritualidade missionária é uma espiritualidade fortemente comunitária e eclesial. Busca as relações e faz da Palavra de Deus e da Celebração da Eucaristia o centro de uma vida fraterna, dom de Deus e construção do novo.

Enfim, trata-se de uma espiritualidade que, cada vez mais, está tornando um rosto e se fazendo, mas que precisa de mais tempo para se sedimentar. Tem a cor do rosto da pessoa humana, sem trair a inspiração profunda do Evangelho.


Fonte: http://www.ftsa.edu.br/cgm/asp/artigos.asp?offset=80#

Um comentário:

Felipe (Vida Profética) disse...

Paz em Cristo
eu gostei pra valer do teu Blog
parabéns,mo benção.
Há faz uma visita la no meu blog
www.vidaprofetica.blogspot.com