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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

ESPIRITUALIDADE COMO DESCOBERTA DO PRAZER EM DEUS


A sociedade atual é marcada por um sentimento hedonista exacerbado e que fere diretamente a santidade de Deus e os princípios divinos expressos na Bíblia Sagrada. Todos querem um prazer imediato e sem nenhum ônus ou responsabilidade. Por esta razão existem os mais diversos “remédios” que resolvem, de maneira instantânea, o problema da dor física e ainda que podem prolongar por mais tempo as sensações de prazer.

Porém, qual é o real prazer que o ser humano por sentir? Aquele proporcionado por remédios e drogas sintéticas ou aquele que emana dó próprio Deus? Será que Deus deseja o nosso prazer? Ou ter prazer é algo mundano, pecaminoso? Esta ultima tem sida a relação que muitas pessoas e, às vezes, muitos cristãos têm feito com respeito ao prazer na vida humana. Para estes, prazer é sinônimo de desejos carnais e pecaminosos, como os antigos ascetas cristãos achavam.

Abaixo tentaremos apresentar possíveis respostas a estas perguntas. Para tanto, irei me basear no fruto de três dias de reflexões sobre a temática (RE) DESCOBRINDO O PRAZER EM DEUS*.

A principio necessitamos esclarecer algumas idéias relacionadas ao tema proposto. Para as quais iremos apontar. Primeiro, o cristão não esta desprovido da dimensão do prazer. Deus não nos criou ascetas, mas para gozarmos a vida a partir Dele. O grande problema que enfrentamos é que a palavra prazer foi estigmatizada no passar do tempo na História da Igreja até chaga as nossos tempos. E assim, foi sendo usada para se referir a toda pratica ligada a depravação sexual humana. No entanto, Deus criou o sexo de forma santa para que fosse gozado dentro do casamento e para a sua Glória.

Dessa forma, sentir prazer não é algo pecaminoso. Deus nos criou para glorificá-lo e ter o nosso prazer nele. Sendo assim, o prazer que iremos nos referir aqui vai muito além do prazer mundano e carnal, mas do prazer que vem da presença do Pai.

Segundo lugar, prazer é algo que gera satisfação e é agradável. Quando realizamos algo com prazer, aquilo nos traz satisfação plena e conforto ao nosso coração.

Assim, há uma diferença entre a Obrigatoriedade Religiosa e a Espiritualidade Bíblica. A primeira é fruto de ritos e dogmas e é realizada de forma mecânica e sem consciência, além de ser, muitas vezes, realizada de forma irracional, ou seja, possui um fim em si mesma, é feita por fazer e de forma alienada da realidade e do contexto bíblico no qual é aplicada.

Enquanto isso, a segunda é desenvolvida de forma fluída e sem o peso da obrigação, mas é desenvolvida com o prazer e satisfação que procedem do trono de Deus. Assim, ir a igreja para o culto solene, ler a Bíblia diariamente e passar tempo em oração não é algo pesaroso ou que demande insatisfação, mas devem ser práticas de um coração que ama a Deus e que descobriu o prazer em Deus.

O Catecismo Maior de Westemister em sua segunda pergunta diz: “Qual é o fim de todo o homem?” e sua reposta é contundente “glorificar a Deus e goza-lo para todo o sempre.” Se tentássemos fazer uma paráfrase desta reposta ela seria, mais ou menos, o seguinte: O propósito do homem é viver de forma que conceda glória a Deus todos os dias e ter prazer em Deus para toda a eternidade.

Então, tomando como base esta resposta podemos afirmar que o Prazer de todo Homem está em glorificar a Deus e nele deleitar-se para sempre. O salmista Davi compreendeu bem esta verdade al expressar isso em canção: “Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração.” (Salmo 37.4 – NVI).

Muitos se perguntam o que fazer para ser feliz e em busca disto buscam livros de auto-ajuda, terapias, sessões de psicanálise, aulas de Ioga, entre outras coisas, mas a resposta para este grande questão da felicidade humana esta no fato de deleitarmos nos Senhor e temos o nosso prazer somente nele. Quando o nosso prazer está em Deus desenvolvemos uma vida de santidade, devoção, contrição e serviço ao Senhor, não como algo pesaroso ou cansativo, mas sim como algo traz satisfação e alegria.

A vida cristã é sinônimo de sacrifício, de morte. Morrer que vai, na maioria das vezes, significar abandonar práticas que aparentemente proporcionavam prazer ou satisfação, mas a única coisa que deve gerar prazer em nós é o desejo de agradarmos e glorificarmos todos dos dias a Deus.

Se quisermos viver para a glória de Deus devemos aprender a ter o nosso prazer nele e somente nele, pois Ele é o único e verdadeiro caminho para a felicidade e a essência da genuína espiritualidade. Espiritualidade esta que tem Deus como o centro de todas as atenções.

Segundo os puritanos a melhor forma de retribuirmos a Deus a tamanha obra executada em nós, através de Cristo Jesus, seria vivendo de maneira plena e cotidiana um proceder de santidade. Dessa forma, se um viver em santidade agrada profundamente a Deus, então não existe outra opção. É neste caminho que devemos trilhar.

Aquele que esta comprometido com a busca do prazer em Deus não consegue ver dificuldades na vida cristã, ou seja, o verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que descobriu (ou redescobri a cada dia) o prazer em Deus e por isso esta disposto a abandonar tudo por amor a Cristo.

Concluímos com a certeza de que necessitamos urgentemente voltarmos a (re)descobri a cada dia o prazer que há em Deus.

Que Deus nos ajude!

Patrick Cezar da Silva
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*Acampamento realizado todos os anos (CONGRECAMP 2007) direcionados para jovens e adolescentes da Primeira Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa.

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