Seguidores

sábado, 3 de novembro de 2007

RESPONDENDO AO CHAMADO: O INÍCIO DE NOSSA NOVA CAMINHADA

Hoje, para estarmos aqui reunidos no Missão 2006 – Congresso Missionário Estudantil da Aliança Bíblica Universitária do Brasil – aproximadamente 900 pessoas, oriundas de mais de 130 cidades brasileiras e de 17 países enfrentaram horas e mais horas de viagem, atravessando diversas paisagens, “hablando muchas lenguas”, carregando sotaques variados e trazendo consigo, além da bagagem, diferentes experiências e expectativas. Mas, apesar de toda essa diversidade, temos em comum o desejo de buscar em JESUS uma ESPERANÇA VIVA e isso faz de nós um só povo, nação santa, sacerdócio real e propriedade exclusiva de Deus.

Estamos chegando ao final deste maravilhoso encontro, mas sabemos que este encerramento representa apenas o início de nossa nova caminhada. Nos próximos meses, divulgaremos documentos com desafios que contemplem as diversas temáticas aqui discutidas. Também surgirão grupos de discussão e reflexão e esperamos intensificar os contatos e parcerias aqui iniciados para a elaboração de propostas que visem levar adiante aquilo que o Senhor nos revelou como Missão.

Neste Congresso, aprendemos que somos fracos, pequenos e inconstantes; que não somos senhores da história; que não somos vanguarda nem mais especiais que os jovens de outras gerações. Aprendemos que um corpo não pode manter-se saudável se somente alguns de seus órgãos prosperarem; entendemos que o fracasso da igreja é também nosso fracasso; percebemos que temos vivido um evangelho raquítico e doente que nos torna uma massa acrítica, conformada e passiva. Mas, apesar de tudo que somos e do que fazemos, o amor de Deus nos capacita para missões e sua graça nos põe de pé.

Deus nos coloca hoje diante de grandes desafios que não serão vencidos sem esforço, sem entrega, sem sacrifício e sem sofrimento. Reconhecendo nossas fraquezas e orando, gratos a Deus pela sua imensa misericórdia, devemos lutar por uma igreja unida; repensar o evangelho que vivemos; assumir nosso mandato cultural; estabelecer um diálogo com a sociedade; lutar pela justiça olhando as pessoas com misericórdia e respeito; escolher sofrer pelas razões certas; reinar servindo e, acima de tudo, devemos nos converter a Jesus de Nazaré, ao Cristianismo Vivo, simples e prático que nos traz Esperança.

Saímos deste Congresso de joelhos, sabendo que no Reino de Sacerdotes nossa postura não é de dominadores ou de donos da verdade, mas de exemplos e de intercessores no mundo em que Aquele que é a Verdade é o nosso dono.

Com os olhos marejados, porém bem abertos, recebemos mais consciência de que devemos olhar para dentro de nós e para o mundo de forma realista e ampla. Precisamos até mesmo ver o invisível ainda que pareça meio impossível – Deus, em sua infinita sabedoria e graça, realizando muito mais do que pedimos, pensamos ou imaginamos segundo o poder que opera em nós pelo Espírito Santo.

O Missão 2006 foi um marco para cada um de nós, não somente por ampliar nossa visão, mas também por preparar nossos corações para serem quebrantados com aquilo que quebranta o coração de Deus Pai.

O Espírito Santo de Deus derramou em nós um amor maior que nós mesmos, um amor que recebemos em abraços transculturais ao som do samba, maracatu, rock, afro, salsa e outros ritmos que bailamos juntos em celebração a esse Senhor que nos faz Um. Tal amor é Graça de Deus que amou sem ser amado por nós e que nos inspirou a amarmos nossos irmãos e sermos servos nas fraquezas uns dos outros.

Fomos desafiados a buscar nossos irmãos em lugares os quais pela nossa limitação o evangelho ainda não alcançou. Deus tem criado oportunidades para amarmos sacrificialmente a quem Ele ama e a quem o mundo, com sua ganância por riqueza e poder, exclui. Exclui alguns por serem pobres, outros por estarem doentes, outros por pensarem de forma diferente. Partimos deste Congresso, portanto, para proclamar a estes excluídos e convidá-los a fazer parte de nossa família – família do Criador de quem todos nós que vivemos pela confiança o no Cristo e em sua obra na Cruz somos filhos.

Num mundo conectado que desconecta e oprime os fracos, nos dispomos por causa do Amor de Cristo a nos ligarmos intimamente aos carentes e peregrinos fugitivos de guerras, aos escravos dos sistemas e aos idólatras de ideologias, e a nos derramarmos como uma oferta de amor, um sinal do amor de Deus por toda a humanidade. Assim, proclamamos nova vida, nova humanidade e nova criação com a liberdade, a paz e a justiça resultantes do sangue de Jesus.

No meio de uma geração que viu o Rio Amazonas secar e a natureza se revoltar como resposta à mutilação do explorador inconseqüente, nos levantamos como filhos de Deus sensíveis ao gemido da criação. Proclamamos ao mundo a Esperança de O Amor triunfar sobre o juízo mostrando que, embora sejamos vasos quebrados, fomos comprados por preço dobrado e pagamento adiantado para um dia vivermos em um novo céu e uma nova terra.

Somos fracos sim, mas é a força da graça de Deus que sacia a verdadeira fome e sede do mundo. Somos chamados a viver a vontade do Pai materializada no amor que flui de um povo reconciliado com Ele, com o próximo e com a natureza.

Estamos nos dispondo ao chamado do Pai de após este Congresso respondermos a razão da Esperança que existe em nós.

Cremos, vivemos o Amor e temos Esperança. Esperança Viva em Jesus.

Participantes do Missão 2006,
Congresso Missionário Estudantil
da Aliança Bíblica Universitária do Brasil.


Viçosa, Janeiro de 2006.

Nenhum comentário: